10 MITOS E VERDADES SOBRE A SAÚDE FEMININA
Neste dia 1º de abril, aproveitamos a data popularmente conhecida como o “dia da mentira” para esclarecer mitos e verdades sobre a saúde da mulher. A Dra. Juliana Ribeiro Figueira traz até você um artigo completo e acessível para marcar esse dia com mais conhecimento relevante e saúde para você.
1 – Dormir sem calcinha é bom para a saúde da mulher
VERDADE. O uso prolongado de roupas justas, jeans e calcinhas sintéticas pode contribuir para o processo irritativo da região genital por restringir a ventilação local. Dormir sem calcinha ajuda a arejar a área, o que evita corrimentos e excesso de secreções que podem modificar o pH da vagina e favorecer a proliferação de fungos e bactérias.
Se você não se sente confortável de dormir assim, use um pijama, mas sem usar a calcinha, já ajuda o processo.
2 – Só pode tomar a vacina do HPV meninas adolescentes
MITO. O esquema vacinal é disponibilizado gratuitamente pelo SUS para meninas/adolescentes de nove a 14 anos; meninos/adolescentes de 11 a 14 anos; pacientes vivendo com HIV/Aids e indivíduos submetidos a transplantes de órgãos sólidos, de medula óssea e pacientes oncológicos, entre nove e 26 anos de idade. Outros grupos etários podem dispor das vacinas em serviços privados, se indicado por seus médicos.
De acordo com o registro da Anvisa, a vacina quadrivalente é aprovada para mulheres entre 9 e 45 anos e homens entre 9 e 26 anos. A vacina bivalente é indicada para mulheres entre 10 e 25 anos.
3 – DIU é abortivo
MITO. O DIU (dispositivo intrauterino) não é abortivo, pois o efeito principal é toxicidade para espermatozoides e óvulos, ou seja, antes de ocorrer a fertilização. Ele também torna mais espesso o muco cervical e impede que os espermatozoides entrem no útero e encontrem o óvulo. Evita-se, portanto, a fecundação.
4 – Se eu não tiver nenhum sintoma, nenhum corrimento e nenhuma dor eu não preciso fazer o exame de preventivo
MITO. O câncer de colo uterino é uma doença de desenvolvimento lento, que pode cursar sem sintomas em fase inicial e evoluir para quadros de sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada com queixas urinárias ou intestinais somente nos casos mais avançados.
A única maneira de prevenir o câncer de colo uterino é fazendo o exame de preventivo (Papanicolau) rotineiramente.
5 – O ultrassom de mamas substitui a mamografia
MITO. Em mulheres acima de 40 anos o rastreamento de câncer de mama deve ser feito através da mamografia, que pode identificar lesões em estágios muito iniciais, que às vezes pode aparecer como uma pequena microcalcificação suspeita, que pode não aparecer no exame de ultrassom.
Algumas vezes o exame de ultrassom de mamas pode ser necessário para complementar o exame da mamografia, nos casos em que as mamas são muito densas (com muito tecido fibroglandular, mamas mais jovens) ou para diferenciar um nódulo de um cisto de água.
6 – A taxa de fertilidade da mulher vai caindo ao passar dos anos e se acentua após os 35 anos
VERDADE. Nós temos nosso estoque de óvulos desde que estamos na barriga de nossas mães e ele não se renova, como acontece com os espermatozoides nos homens. O número de folículos ovarianos em uma mulher é de seis a sete milhões entre 18 e 20 semanas da vida fetal, decaindo para um a dois milhões ao nascimento.
No momento da menarca (primeira menstruação), a mulher apresenta 300.000 a 400.000 folículos. A diminuição da fertilidade feminina ocorre à medida que a idade aumenta, observando-se uma piora a partir dos 35 anos, que se acentua a partir dos 40 anos de idade, até se esgotar quando entra na menopausa.
7 – Coito interrompido (ejacular para fora da vagina) é um ótimo método anticoncepcional e ajuda a evitar doenças sexualmente transmissíveis
MITO. O coito interrompido no seu uso típico tem 22% de taxa de falha e não é um método que evita doenças sexualmente transmissíveis, por isso é importante o uso de camisinha para se proteger.
8 – Todo anticoncepcional hormonal tem risco de trombose
MITO. Existem métodos anticoncepcionais que só tem um tipo de hormônio, a progesterona, que não aumenta o risco de trombose. Tem na apresentação de pílula de desogestrel, injeção trimestral, sistema intra uterino liberador de levonorgestrel, que é o Mirena e o implante subdérmico, o Implanon.
9 – Grávida não pode fazer atividade física
MITO. Os exercícios físicos podem e devem ser recomendados para gestantes saudáveis, com gravidez de baixo risco, desde que autorizado pelo obstetra e acompanhado por um profissional da área. Sua prática regular pode promover vários benefícios físicos e psicológicos, além de não haver evidências de desfechos adversos para o feto e/ou recém-nascido, quando realizados em intensidade leve a moderada. Alguns exercícios que podem ser feitos são a caminhada, o pilates e a hidroginástica.
Somente pedimos para evitar atividade física em algumas gestações de alto risco, como por exemplo, pacientes com risco aumentado para trabalho de parto prematuro e pacientes com placenta prévia tendo sangramentos, entre outros.
10 – Não menstruar faz mal à saúde
MITO. Ao contrário do que muitos pensam, menstruar não limpa o organismo, apenas elimina uma porção do endométrio (camada interna do útero) que se desprende do útero; não é um sangue sujo que precisa sair, é apenas uma camada que se forma por causa da flutuação hormonal que acontece todo mês no organismo da mulher, que caso você não engravide, essa camada do endométrio vai descamar e sair em forma de menstruação.
A suspensão da menstruação, através do uso de anticoncepcionais, inibe o crescimento do endométrio, ou seja, não existe o que eliminar. Não “suja o sangue” e nem “sobe para a cabeça”, como diziam antigamente.